a Sobre o tempo que passa: Contra o fanatismo, a ignorância e a tirania!

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

14.9.09

Contra o fanatismo, a ignorância e a tirania!


O começo da campanha, esse eufemismo de não dizermos que andamos nisto há mais de seis meses, o recomeço das aulas, a chamada rotina da decadência, deste mais do mesmo, entre o Senhor Ninguém e a Dona Incompetência, apesar do choque tecnológico, dos Gagos e das Lurdes, porque a pesada herança do fanatismo, da intolerância e da tirania, oriundas, não da luta de classes, que estas ainda poderiam ser metafísicas e salvíficas, mas da simples luta de invejas, afinadas pelos irmãos-inimigos dos inquisidores e dos burocratas, sobretudo desse cúmulo lusitano do sargento verbeteiro que sabe escrever ofícios, já sem "saúde e fraternidade", já sem "a bem da nação", com aqueles "melhores cumprimentos" que disfarçam a mão felpuda do despotismo ministerial em que nos vamos enrodilhando, onde "novo governo, novo ministro", mas o maquinismo kafkiano de sempre. Daqui a bocado, lá subirei a colina, de corpo dado ao ritual externo de quem se submete para ter de sobreviver, mas que continuará a lutar para viver. Levo comigo o velho lema do Professor Hernâni Cidade: "primeiro a aula, só depois o capítulo!". E agradeço a Gago ter-me livrado de ser do capítulo à força. Graças a esta lei, tanto não me candidatei, como nem sequer votei. Prefiro continuar a olhar o sol de frente. Não há instituições vivas sem ideia de obra, sem cumprimento das regras que são réguas que nos dão a medida da perfeição, e, sobretudo, sem manifestações de comunhão entre os membros da mesma instituição. Se apenas durar o sargento verbeteiro ou a memória viva do avô tirano, algum curto-circuito deve ter apagado a Luz no Portugal de Sempre, o tal que deveria continuar a ter saudades de futuro. O velho disco do mais do mesmo está muito riscado. Nem com o verniz dos pretensos novos, comprados no retalho das lojas dos trezentos, o preto é branco e o animal feroz, um delicadinho...