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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

30.4.06

Em terras do presidente Alberto João...


Aqui estou acordando em pleno Funchal, depois de ontem ter participado como conferencista numa iniciativa do partido de Alberto João Jardim, realizada no norte da ilha, na Ponta Delgada, onde, para poder ser politicamente correcto à madeirense, procurei ser politicamente incorrecto, exprimindo no reduto próprio, as críticas que costumo fazer a Alberto João neste blogue e que até emiti num programa da RTP2, o Clube dos Jornalistas, versando directamente a situação política madeirense. Não parece que tenha sido atacado ou colocado directamente no aeroporto, mesmo na presença de Jaime Ramos e do próprio presidente do governo regional, com os quais tive a honra de jantar. Hospitalidade "oblige" e o essencial da democracia é isto mesmo

Porque hoje, 30 de Abril, mas de 1930, o Acto Colonial de Salazar começou a ser publicado na imprensa, talvez para comemorar a revolta da nossa primeira abrilada, a de D. Miguel contra D. João VI, obrigado o rei a mandar o infante para o exílio vienense, logo em 13 de Maio. Porque ontem, dia 29, para além da morte de Bernardino Machado (1944), já em Portugal, depois de largar o exílio francês, há que registar a data da concessão da Carta Constitucional por D. Pedro (1826).

Voltando a Alberto João, queria assinalar que assisti a quase hora e meia de discurso aos jotas do líder madeirense, num hotel da Ponta Delgada, onde ele dissertou sobre o "não há política sem doutrina", isto é, sem causas, ensinando às gerações filhas da autonomia a necessidade de uma regionalização marcada pelo "princípio da unidade diferenciadora", com respeito pela "coerência do todo nacional", onde até seria possível chegarmos ao "um país, dois sistemas".